Este ano, o desafio de escrever a Carta ao Pai Natal chega um mês mais cedo. Há uma razão especial para isso. Ao invés de escrevermos uma lista de desejos com presentes para comprar, estamos a pedir por algo feito pelas nossas próprias mãos – lembranças únicas e cheias de significado. Cada presente será criado em família, construído com paciência e amor, para tornar este Natal ainda mais valioso.

Este será o nosso primeiro Natal sem o meu Pai, e por isso torna-se uma época nostálgica. É impossível não recordar os momentos em que a família se juntava à volta da mesa – os Avós, Tios, Primos – numa época que parecia mágica, onde os milagres pareciam acontecer. Naquela altura, as pessoas davam o melhor de si mesmas, e eu, na minha ingenuidade, acreditava que o Natal era realmente um momento de amor e união.

Agora, ao olhar para o Natal, percebo que mudou muito, ou talvez tenha sido eu que mudei. Tornou-se fácil cair na ideia de que o Natal é um "negócio", onde o carinho e o afeto ficam em segundo plano. Mas, por mais que os tempos mudem, tenho o desejo profundo de que os meus filhos guardem boas memórias desta época, dos avós e da nossa família.

Como diz Bill McKibben, “Não existe o Natal ideal, só o Natal que você decida criar como reflexo de seus valores, desejos, queridos e tradições.” É nesta mensagem que encontro inspiração para continuar a construir memórias, para que um dia os meus filhos olhem para o passado e se lembrem de um Natal repleto de amor e união.

Que este seja um Natal simples, mas verdadeiro – porque o que importa, no fundo, é o tempo passado juntos. O Natal tem (muito) mais valor quando o vivemos com quem amamos. Que este ano seja um Natal de afeto e criação, um Natal de boas lembranças.

(Fotografia de SoLu@)