Perda de Amiga de Infância 🖤
Hoje escrevo com o coração pesado, a tentar encontrar palavras para descrever a dor da perda. A minha amiga de infância partiu. Cinquenta e três anos de vida, e um fim que chegou cedo demais. Lutou contra o inevitável, um cancro agressivo. Lutou com coragem, mas a doença foi implacável.
As lembranças que guardo dela são de uma bela alma. Tinha um sorriso inesquecível e um coração sempre pronto a ajudar. Tinha gatos, amava os animais e, acima de tudo, adorava ler. Dizia sempre: “Ler não dá sono, dá sonhos.” Era assim que via a vida, sempre a sonhar, sempre a procurar algo mais para aprender, para sentir.
Partilhávamos o amor pelos gatos, pela leitura, e uma história de infância vivida na mesma rua. Os anos passaram, mas a amizade ficou, e mesmo agora, na sua ausência, continua presente. Recentemente, escreveu: “O que temos iremos deixar… o que somos irá connosco a qualquer lugar.” E ela era uma pessoa que tocava as almas de quem a rodeava. O que ela era ficou, espalhado nas memórias, nos momentos partilhados, na marca indiscutível que deixou nos que tiveram o privilégio de a conhecer.
Hoje, entre a dor e a saudade, escolho recordar. Recordar a amiga, a sonhadora, a lutadora. Porque, ainda que tenha partido, continua viva em cada memória, em cada pedaço de carinho que semeou no mundo.
Como nos é lembrado na Quarta-feira de Cinzas: “...conforme a tradição cristã diz, do pó o homem veio e ao pó o homem voltará.”, estamos de passagem, aproveitem a viagem.
(Fotografia de SoLu@)